Como realizar a limpeza e manutenção de eletrodos e sensores?

Ter um pHmetro ou condutivímetro no laboratório é fundamental para realizar medições de substâncias líquidas ou sólidos dissolvidos. Entender a composição dessas substâncias – sua acidez e suas propriedades de condutividade – em um trabalho que exige precisão absoluta é absolutamente necessário.

Porém, para que as medições estejam corretas e para que seja possível realmente medir sem errar e contaminar outras amostras, os procedimentos de limpeza e manutenção dos eletrodos e sensores devem seguir um caminho metódico e exato, sem espaço para erros ou más práticas.

É justamente sobre isso que vamos tratar neste artigo. Com um guia simples de manutenção e limpeza dos eletrodos e sensores de pHmetros e condutivímetros fica mais simples padronizar essas tarefas no laboratório e evitar medições errôneas.

Vamos começar?

 

Padronização da limpeza e manutenção de eletrodos e sensores

No laboratório, todos podem ter ampla vivência na área e serem verdadeiros experts no que fazem, e isso é ótimo. Todos têm algo para contribuir, e sempre há algo para aprender com a equipe. Porém, em tarefas sensíveis, deixar a operação ser realizada com base em conhecimentos próprios e sem padronização é prejudicial.

Como é possível saber se o processo de limpeza e manutenção de eletrodos e sensores de um operador é o mais indicado? Como saber se o procedimento que ele realiza foi testado e aprovado? Não estamos dizendo que o operador não sabe limpar um eletrodo, mas sim que você é quem sabe que o seu processo funciona.

Com isso em mente, o melhor é seguir uma padronização abrangente no trabalho de limpeza e manutenção de eletrodos. Como você já testou o método e sabe que ele funciona, sua segurança está atestada e se torna fácil perceber situações onde o modelo não foi seguido. Com isso, seu aproveitamento no laboratório decola e os erros se tornam raros.

 

Como fazer a limpeza e manutenção de eletrodos?

A manutenção dos eletrodos perpassa dois momentos: o acondicionamento adequado e a limpeza em si.

Neste tópico vamos falar das duas e ainda sobre as variações no processo de limpeza, baseados em necessidades específicas dos sensores de ORP, pH e condutividade.

 

Acondicionando bem

O primeiro passo da manutenção de eletrodos é acondicioná-los de forma eficaz. Cada um dos tipos de sensores possui eletrólitos diferentes, e portanto devem ser guardados em solução adequada à eles.

Elas são:

  • Eletrólito interno de Kcl 3 mol/AgCl – acondicionar em solução de KCL 3 mol;
  • Eletrólito interno de KNO³ – acondicionar em solução de KNO³;
  • Células de condutividade – água deionizada.

Limpeza de eletrodo pH ou referência

A limpeza e manutenção de eletrodos pH ou referência é bem simples, mas precisa ser feita com cuidado para evitar contaminações e a quebra do componente.

Se há depósito de sais, algo comum já que a medição é feita em líquidos e sólidos dissolvidos, o ideal  é  depositar  o eletrodo  em  água  destilada/deionizada  por cerca de 15 minutos. Se a junção de referência entupir por conta de depósitos salinos, o ideal é aquecer uma solução de KCL 3 mol até 50 graus e deixar o eletrodo submerso por também 15 minutos.

Se a junção de referência estiver contaminada, deixe o eletrodo submerso em Thioureia por cerca de 10 minutos

Se o problema for depósito de proteínas, que também é algo comum, o procedimento correto para limpeza e manutenção de eletrodos é deixar o componente em uma solução de pepsina por cerca de 15 minutos. Agora, se forem óleos e graxas mais simples, basta lavar o bulbo com água e detergente neutro.

 

Limpeza do eletrodo ORP

Para limpar a haste metálica, use papel toalha úmido evitando a abrasão. Para as situações demonstradas acima, realize o mesmo procedimento.

Se houver um desvio superior a +15 mV, você irá precisar remover o eletrólito interno com uma seringa e lavar o interior com água deionizada por pelo menos três vezes. Depois, substitua o eletrólito e volte a utilizar o aparelho, mas cuidado: você só pode fazer isso três vezes antes de trocar o equipamento por completo.

Porém, já existe no mercado uma variedade de eletrodos selados que não exigem a limpeza interna acima.

 

Limpeza da célula de condutividade

Você pode limpá-la normalmente com água e detergente neutro ou ainda com água deionizada. Se você precisar limpar algo com um pouco mais de veemência, o recomendado é usar uma solução de álcool isopropílico (uma parte), éter etílico (uma parte) e HCL 0,1 mol (uma parte).

Se você precisa de uma limpeza mais severa ainda, é necessário retirar o negro de platina, algo feito com a água régia aplicada. Após isso, você deve proceder com uma nova platinização.

Depois de realizar todos esses processos, você deve aplicar bastante água deionizada e

secar o eletrodo com papel toalha. O processo pode parecer complicado, mas é de extrema importância que você o realize no seu laboratório para não perder o investimento no equipamento.

Após a limpeza no eletrodo ou células  é aconselhável recalibrar o seu equipamento.

Para eletrodos de ÍON SELETIVOS consultar as instruções do fabricante, não use os procedimentos acima.

Evite condições extremas, sempre que possível fique atento às limitações de uso específicas de cada modelo de eletrodo que você está utilizando. Temperaturas elevadas, assim  como medições constantes em ácidos fortes ou  soluções cáusticas, diminuem a vida  útil do eletrodo

A Casa Americana é referência em produtos para laboratório, então se houver alguma dúvida, não hesite em entrar em contato conosco. Até a próxima!

(imagens: divulgação)