Palitos de fósforo: como surgiram?

Em nossa vida temos alguns confortos que raramente valorizamos e que muitas vezes desconhecemos as suas origens.

A luz elétrica, a água em nossas torneiras e até mesmo o fogo são alguns exemplos. Alguma vez já paramos para pensar como era o mundo antes do fogo?

E como as pessoas acendiam o fogo, uma vez que não existiam os palitos de fósforos que hoje são conhecidos e usados no mundo inteiro?

Se você quiser saber um pouco mais sobre o fogo, como surgiram os palitos de fósforos e como eles são feitos, continue lendo nosso post!

A evolução do fogo

Na pré-história o fogo somente acontecia quando os raios provocavam incêndios, isso há mais ou menos 400 milhões de anos e no início o fogo provocava medo nos nossos ancestrais.

Mas, depois, eles começaram a perceber que os pedaços de árvores caídos e queimados, exalavam o calor, embora essa sensação durasse pouco tempo.

Mais tarde, ainda na pré-história o homem começou a perceber que atritando pedras ou paus eles produziam faísca e, consequentemente, com essa insistência nasceu o fogo e chegou o progresso.

O fogo trouxe o progresso para a humanidade

A partir dessa descoberta o homem passou a se aquecer do frio, a afastar-se do perigo, como em casos de animais selvagens é também a cozinhar seu alimento.

O uso do fogo evoluiu e começou a fazer parte da vida dos homens de maneira marcante.

Ferramentas começaram a ser construídas, indústrias começaram a funcionar a base de fogo, e até meados do século XIX, ele foi usado como fonte de iluminação pública ou residencial.

Na época utilizava-se óleo de baleia ou outros combustíveis para se manter os poucos postes de iluminação pública e os conhecidos lampiões acesos dentro de casa.

E, até pouco tempo, as pessoas usavam os chamados palitos de fricção para acenderem seu fogo.

Esse palito não era muito prático na época, porque na cabeça dele continham todas as substâncias químicas para acendê-lo, mas precisava ser friccionado ou esfregado em uma superfície sólida, como mesa, parede ou porta. Também era perigoso.

Somente, no início do século XX é que chegam o que chamamos de palitos de fósforo, facilitando a vida de quem quer acender o fogo.

A história do palito de fósforo

Por incrível que pareça, tudo começou por meio de um acidente, surgindo primeiramente o elemento químico fósforo (P).

A história começa então, em 1669, na Alemanha, quando o alquimista Hennig Brand estava fazendo suas experiências na tentativa de transformar metais em ouro, e, em uma das ocasiões manipulou junto amostras de urina.

Da mistura, surgiu algo brilhante, o que Hennig batizou na época como Phosphoros que significa aquele que traz a luz, e que ficou conhecido como o elemento químico fósforo, vindo mais tarde compor a tabela periódica.

Onze anos depois, em 1680, Roberto Boyle, cientista britânico, percebeu que era possível formar uma chama ao esfregar um papel coberto com fósforo em um pedaço de madeira contendo enxofre sobre ele.

E o fato aconteceu não pela fricção dos materiais, mas por uma reação própria das substâncias. Estava lançada a receita para então surgir o palito de fósforo.

O surgimento do palito de fósforo

Chegou o século XIX e, em 1826, os palitos de fósforo começaram a surgir e conquistaram a população do mundo.

Tinham originalmente 8 centímetros de comprimento, mas apresentavam um agravante: eles se incendiavam naturalmente dentro das suas embalagens. E esse problema só foi resolvido, em 1855 com o surgimento do fósforo de segurança.

O fósforo de segurança é protegido por um agente isolante que faz com que não acenda facilmente. Ele precisa ser friccionado na caixa ou por meio de outra chama.

Os brasileiros começaram a desfrutar dos palitos de fósforo somente no início do século XX, e a fabricante era a Fiat Lux.

Já hoje existem várias marcas e tipos, nos tamanhos médio, longo e extra longo.

Curiosidades sobre o palito de fósforo

Você sabia que o palito de fósforo não contém fósforo na composição na sua base?

Como ele pega fogo? Na cabeça do palito existe uma mistura de substâncias: a substância de cor vermelha é clorato de potássio que é responsável por liberar oxigênio para manter a chama acesa.

A parafina é que reveste toda a cabeça do palito e serve como combustível para alimentar a chama.

E o fósforo onde está?

A caixinha do palito, embora pareça estranho, tem na sua lateral areia e pó de vidro, responsáveis por gerar o atrito. Mas, é na caixa que se encontra o fósforo e é ele que produz o calor.

Dessa forma ao passarmos o palito na lateral da caixinha, a areia, o pó de vidro e o fósforo geram a faísca. Essa, por sua vez, queima o clorato de potássio que libera o oxigênio.

O oxigênio reage com a parafina que está envolta no palito e acontece então o que chamamos de fogo ou de acender o palito de fósforo. A chama dura em média 10 segundos.

Agora que você descobriu que o palito de fósforo não contém fósforo, conheça algumas curiosidades sobre a tabela periódica, aqui no nosso blog.

(Imagens: divulgação)